O bit é uma das peças mais importantes no processo de perfuração. É ele que entra em contato direto com a rocha, recebendo toda a energia do martelo DTH e transferindo essa força para a superfície a ser perfurada. Por isso, sua condição influencia diretamente a velocidade de perfuração, o consumo de combustível e a vida útil dos demais componentes.
Neste artigo, você vai entender porque a afiação correta do BIT é essencial, como identificar os sinais de desgaste e quando é o momento certo para realizar a manutenção.
Por que a afiação do BIT é tão importante?
Durante a perfuração, o BIT sofre desgaste contínuo devido ao contato direto com a rocha, especialmente quando a formação geológica apresenta alta resistência, abrasividade ou presença de sílica. Esse desgaste altera o formato original dos botões do BIT, reduzindo sua eficiência de corte e impactando negativamente toda a operação.
Adiar a afiação significa aumentar o tempo de perfuração, forçar o martelo DTH a trabalhar além do necessário, aumentar o consumo de diesel (que pode chegar a 100 litros por hora) e encurtar a vida útil de todo o conjunto. Em resumo: afiar na hora certa é uma das formas mais eficazes de otimizar o custo por metro perfurado.
Sinais de desgaste: como identificar que está na hora de afiar
Reconhecer o momento certo para afiar o BIT é fundamental para manter a produtividade da operação. Veja os principais sinais:
1. Redução na taxa de penetração
Se a velocidade de avanço por metro começa a cair mesmo com parâmetros corretos de pressão, rotação e peso, é um sinal de que os botões do Bit estão desgastados.
2. Formato arredondado dos botões
Os botões de carbeto de tungstênio devem ter formato esférico ou balístico bem definido. Quando começam a perder o perfil ou se tornam achatados e lisos, é hora de afiar.
3. Aumento da vibração durante a perfuração
Um BIT desgastado gera mais resistência ao corte da rocha, o que resulta em vibrações anormais na coluna de perfuração. Isso pode levar a danos no martelo e desgaste prematuro das roscas.
4. Aumento no consumo de combustível
Com a perda da eficiência de corte, o sistema precisa trabalhar por mais tempo em cada furo, o que eleva o consumo de diesel e o desgaste dos componentes.
5. Presença de faíscas ou superaquecimento
Em alguns casos, o atrito excessivo causado por botões cegos pode provocar aquecimento no BIT ou até gerar faíscas, um sinal crítico de que a ferramenta perdeu completamente sua capacidade de corte.
Quando realizar a afiação?
Não existe um número exato de metros perfurados que determina a hora certa de afiar. O ideal é fazer inspeções visuais e operacionais frequentes. Dependendo da dureza e abrasividade da rocha, a afiação pode ser necessária a cada 1.000 a 3.000 metros.
Uma boa prática é criar um histórico de desgaste por formação geológica e definir pontos de inspeção regulares. Operações que trabalham em rochas com alto percentual de sílica ou em ambientes muito compactos devem considerar afiações mais frequentes.
Como deve ser feita a afiação do bit?
A afiação deve ser realizada com equipamento específico e por profissionais qualificados, para manter a geometria dos botões e garantir equilíbrio entre os pontos de ataque do Bit. O processo envolve o recondicionamento dos botões de carbeto de tungstênio com rebolos diamantados, respeitando o formato original (balístico ou esférico).
É importante não remover material além do necessário e evitar mudanças no peso e no equilíbrio do BIT, que podem comprometer o desempenho e aumentar o risco de quebra
Além dos rebolos diamantados, existe também a Afiadora Manual Pneumática para Botões, que é um sucesso entre os perfuradores
O que acontece quando se adia a afiação?
Deixar para depois pode parecer uma economia, mas é exatamente o contrário. Os prejuízos incluem:
- Aumento no tempo de perfuração
- Maior consumo de diesel e óleo lubrificante
- Redução na vida útil do martelo DTH
- Danos nas roscas e encaixes por vibração excessiva
- Custo maior por metro perfurado
- Risco de falhas operacionais graves e paradas não programadas

Boas práticas para prolongar a vida útil do bit
Além da afiação, outras medidas ajudam a manter o bit em boas condições por mais tempo:
- Aplicar graxa de alta resistência nas roscas em todas as montagens
- Monitorar e ajustar corretamente a rotação e o peso sobre o bit
- Utilizar fluido adequado na perfuração para reduzir o atrito
- Usar martelos e punhos compatíveis (SD, DHD, QL, Mission)
- Evitar impactos secos ou operação sem ar comprimido
Conclusão
A afiação correta e no momento certo é uma etapa essencial na manutenção do BIT e no sucesso da operação de perfuração. Ela reduz custos, aumenta a vida útil dos equipamentos e garante avanços mais rápidos e seguros, seja em poços de água, fundações, mineração ou geotecnia.
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